Universidade e Protagonismo na Saúde Mental
Coautoria em Pesquisa de Doutorado: um Caminho Compartilhado
Desde 2022, acompanho o Ciclo de Encontros promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UNESP – Assis. No início, estive ali como ouvinte. No semestre seguinte, fui convidada a compartilhar minha experiência como docente pela vivência, destacando o papel fundamental que os usuários da saúde mental têm na formação dos profissionais da área.
Foi nesse contexto que surgiu o convite para integrar, como coautora, ao lado do Caio Manso, a pesquisa de doutorado de Caroline Cusinato, orientada pelo Prof. Dr. Silvio Yasui.
Pesquisa que nasce do encontro
Essa pesquisa vem sendo construída a muitas mãos e mentes, a partir dos saberes que emergem das nossas trocas e experiências. Destaco a postura inclusiva e visionária do professor Yasui como orientador, e a sensibilidade da Caroline ao valorizar, desde o início, a participação ativa de protagonistas com vivência em saúde mental — como eu — em todas as fases do processo.
Metodologia viva e transformadora
Em 2023, rompemos com o formato tradicional de aulas e passamos a realizar rodas de conversa. O tema era desafiador: a produção dialógica de saberes e práticas entre docentes pela experiência e a universidade.
Já em 2024, demos mais um passo: buscamos promover a apresentação de projetos concretos e colaborativos, envolvendo alunos, professores e usuários da saúde mental. A intenção? Pensar soluções inovadoras e inclusivas, garantindo que essas ideias tenham apoio estrutural e humano para se desenvolver.
Uma construção que faz sentido
Essa trajetória tem sido profundamente significativa. Ela reafirma algo essencial: a universidade é, por natureza, espaço de busca, construção e partilha de saberes.
Transformamos aulas em encontros. Professores e convidados se tornaram parceiros de escuta e diálogo. Tivemos acesso a uma diversidade rica de projetos e ações sociais no campo da saúde mental.
Participaram dessas vivências trabalhadores, estudantes, familiares e protagonistas — e essa diversidade representa, por si só, um avanço na horizontalidade das relações entre a universidade e quem vive a saúde mental no cotidiano.
Um registro necessário
Sou grata por ter voz e voto neste processo. E deixo aqui o registro dessa experiência, que ainda está viva e em desenvolvimento. É o relato vivo de uma coautoria que pulsa, cresce e transforma.
Além do descritivo das ações, há o registro dos episódios realizados no meu Canal de Podcast Saúde Mental Vivências.
Em 2025, o foco se volta para a organização e sistematização desse percurso, com dedicação à compilação dos aprendizados e reflexões construídos ao longo dos últimos anos. Nesse contexto, acompanho como coautora, a tese de doutorado da mestranda Caroline Cusinato, que se propõe a reunir e aprofundar as experiências iniciadas com as palestras do segundo semestre de 2022, os Ciclos de Encontro de 2023 e 2024, e outras práticas colaborativas em saúde mental.
A perspectiva para 2026 é a apresentação pública dessa tese, como parte de um processo contínuo de coprodução de conhecimento que reconhece e valoriza a pluralidade de saberes, os encontros e a força dos atravessamentos vividos em comunidade.


Ciclo de Encontros 2023
Compartilhar, questionar e construir: a produção dialógica de saberes e práticas entre docentes pela experiência e a Universidade
